Grupos gratuitos reúnem ciclistas para passear pela Barra e pelo Recreio

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Grupos gratuitos reúnem ciclistas para passear pela Barra e pelo Recreio

2017-06-30T17:46:21-03:0030/06/2017|Editorial|

O sol ainda está nascendo quando grupos de ciclistas tomam as ruas. De terça a domingo, atletas se encontram para treinar e ver a Barra e o Recreio sobre rodas. Os treinos são gratuitos, e têm como ponto de partida a Gran Ciclismo, loja instalada no centro comercial Sun Plaza, na Barra. Cada pedalada reúne de 30 a 70 participantes.

Os primeiros grupos surgiram na abertura da loja, há cinco anos, com treinos realizados três vezes por semana. O empresário Sylvio Couto, um dos que chegaram na fase inicial, é também um dos atletas mais ativos: participa de mínimo de cinco circuitos semanais. Ele acompanhou o crescimento dos encontros — que inicialmente atraíam cerca de cinco pessoas — e comemora as mudanças em sua vida, como a melhora na saúde e a conquista de novos amigos e um novo amor, ao longo de muitos quilômetros rodados.

— Andei de bicicleta até os 18 anos. Parei e voltei aos 30, época em que estava sedentário. Nos grupos, as pessoas são unidas e motivam umas às outras, inclusive para participar de competições — diz Couto, de 53 anos.

Os grupos são divididos de acordo com a intensidade dos treinos. O Pedal Light se reúne às quartas e sextas, saindo às 6h20m da loja, e é voltado para os níveis iniciante e intermediário. Num dos roteiros, os ciclistas começam na Avenida das Américas, passam por Prainha, Grumari e Serra dos Cabritos e retornam pegando Estrada do Pontal, Praia do Recreio e Avenida das Américas.

Quem tem fôlego, e experiência, pode se juntar ao Pedal Bola de Fogo, às terças e quintas, às 6h. O treino intenso tem como um dos trajetos a saída pela Avenida Lucio Costa, passando por Estrada do Joá, Estrada das Canoas e Mesa do Imperador, com o mesmo percurso de volta. Sábado e domingo, os dois grupos são contemplados.

A participação é gratuita. Porém, quem tem uma blusa da Gran Ciclismo acumula vantagens. Se o pneu da bicicleta furou, a corrente soltou, o freio deu um probleminha, vai ter um gregário (uma mistura de anjo da guarda com mecânico) para dar auxílio e fazer o conserto. A loja também monta eventos. Nesses casos, a participação é paga.

— Quis montar uma loja com conceito diferente, a partir da minha paixão por bicicletas — conta o dono da loja, Madison Delano. — Queria um espaço com mobiliário de residência, com lounge para tomar café sem compromisso e bater papo com o mecânico e o vendedor. Os pedais vieram como consequência. No início, era difícil as pessoas entenderem como funcionava.

Há três anos, a artesã Flavia Tadic se surpreendeu a ver oito ciclistas pedalando juntos na Avenida das Américas. Ela estava começando no esporte, e buscava um lugar onde tivesse suporte. Após segui-los de carro, conseguiu passar seu contato para obter mais informações.

— Eu pedalava só às sextas na ciclovia. Eles me procuraram e viram que eu não tinha o modelo certo de bicicleta para acompanhá-los. Fui à Gran Ciclismo, comprei todo o equipamento e comecei no dia seguinte. No grupo, conheci o Sylvio, e nos casamos no ano passado — conta.

E há quem vem de longe. A engenheira Aline Carvalho sai de Botafogo (pedalando) para estar nos grupos por até quatro vezes na semana. E volta para casa também sobre duas rodas. Ela estava acostumada a andar de bicicleta para participar de triathlon, mas admite que só aprendeu efetivamente há cerca de dois anos, diz:

— Eu queria treinar para chegar ao Ironman. No início, vi que era necessário prestar muita atenção, em sinalizar para quem vem atrás, passar marcha, ficar atento aos carros na pista. O ciclismo tem um papel educacional.