“O vírus não é nada; o terreno é tudo.”
Louis Pasteur
Sabemos que há “vírus” que contagiam a alma e a consciência. Pesquisas revelam que olhar para seres humanos íntegros traz benefícios para a saúde, porque o olhar é estruturante, nós nos tornamos aquilo para o qual olhamos. Convém fazer uma reflexão mais ampla sobre aquilo que ouvimos, sobre aquilo que lemos e sobre aquilo que sentimos. Trata-se do princípio da ecologia existencial.
O mundo contemporâneo está carente de amor que é imprescindível ao seu habitante mais ilustre – o Homem – para não continuar caminhando solitário rumo à decadência. Falta-lhe identidade. Neste momento precisamos fortalecer nossa capacidade subjetiva e acreditar que somos superiores a qualquer dor, porque independentemente de toda e qualquer circunstância externa, não somos essa dor que nos atinge. Temos o Eu Superior, a parte divina que nos estrutura e ilumina nosso caminho quando estamos conscientes de nossa dimensão maior. O reconhecimento do nosso poder interior pode socorrer o ego despedaçado pela ausência de um controle cognitivo. Se nos fecharmos em nosso pequeno eu, afetaremos nossa resistência e nos tornaremos vulneráveis tanto psicológica quanto fisicamente.
Há de se temer, no momento atual, o Inconsciente Coletivo (Jung), porque ele está atravessando uma densa faixa de sombra. Ao utilizarmos as possibilidades de interpretação cognitiva, acessível pela nossa capacidade de criação, podemos restabelecer o equilíbrio interior, que se revelará através de respostas do nosso sistema nervoso, secreções hormonais e defesas imunológicas. A maneira como recebemos os eventos na vida é fundamental para a imunidade do corpo. O sentimento de amor aumenta a taxa de imunidade celular reforçando a resistência às infecções.
Em um momento tão crucial da história da humanidade, precisamos despertar o ícone da Mãe que acalenta o filho, lhe dispensa carícias e o embala com ternura. A Mãe que ama incondicionalmente e, especialmente, cuida.
Nestes momentos de dor e lágrimas que banham os acontecimentos no Planeta e principalmente as nossas crianças – a esperança do Criador renovada em cada nascimento -, busque a conversão do Amor ao Poder para o Poder do Amor num nível individual e coletivo. Busque a força que impulsiona o Homem a clamar por sua fé e a crer que o mundo tem conserto, o que depende de cada um de nós. Depende de nossa atitude.
Ainda há tempo de semear o Amor que desnuda a alma quando tocada por seu brilho e ardor. Ainda há tempo de prepararmos o terreno que receberá as sementes da esperança de um mundo mais bonito e feliz. Tudo depende desse cultivo. A conversão que nos faz retornar ao nosso eixo, à natureza que nos é própria.
Somente mediante uma escolha consciente e plena a vida realmente pode acontecer. Então, que se renove a força da fé como um exercício através do qual tornamos realidade aquilo em que acreditamos. Pela mudança de atitudes mentais o cérebro mostra impressionantes poderes de neuroplasticidade. Acreditemos no ícone da Mãe que ama apesar de tudo. E, segundo os versos do filósofo Jean Yves Leloup: Amar… Hoje, mais do que nunca, amar. “Amar… apesar de tudo! Amar… apesar do medo, da ansiedade, da angústia, da incerteza. Amar… apesar do passado, do futuro… apesar do presente. Amar… apesar dos impasses, das dificuldades, dos problemas. Amar… apesar das impossibilidades. Amar… apesar do mal, da destruição, da ameaça, do coração de pedra. Amar… apesar da separação, da indefinição. Amar… apesar da sombra, apesar do outro, apesar de mim, apesar de Deus. Amar… a porta que dá acesso ao jardim.”
©Dra. Margareth Gusmão,
Psicóloga e Psicoterapeuta
Especialista em Biopsicologia – Ciência Corpo e Mente,
em Psicologia na Abordagem Transdisciplinar Holística
e na Metodologia da Abordagem Transdisciplinar Holística.
www.margarethgusmao.com.br
